terça-feira, 30 de novembro de 2010

Drain-Ralo



Parece que nos últimos dias minha lâmpada esta mais fraca.

Sinto um imenso cansaço quando ainda inerte, e faço imenso esforço pra fazer coisas corriqueiras. Tenho muito dormido, e meu corpo reclama disso quando eu desperto. Mas a bateria parece não durar o que não devia.
Agora sinto de novo, a velha agonia, a velha ânsia de cair na estrada, mas pareço mal ter forças pra lutar por isso.
Vejo minhas luzes piscando, cansaço e alerta.

Sinto ser extraída a vácuo.

domingo, 28 de novembro de 2010

"Vai São Pedro, aperta logo essa descarga,
Pode botar um balde a mais de agua,
Leva essa tinta toda,
Lava esse livro pr'eu começar uma coisa nova."

sábado, 6 de novembro de 2010

O lamento do opérário

Me prendo ao que tanto fugi
Rugindo palavras ao vento
Pois te recusas a acreditar naquilo que não enxergas.
Ah! Tomé, não te entregaste , descrente de ti
Tu me respondes com desconfiança
Me respondes com insegurança
Busquei a razão, pra fundar minha construção,a nossa

Tu podes ler.
Não te agradas, mas parece-lhe mais concreto
Que o turbilhão de palavras que lhe despejo de perto,
Ao pé do ouvido.
Tudo o que é secreto, eu lhe digo
Mas você prefere duvidar de si
E fazer inútil o meu esforço expressivo.

Não são as coisas construídas sobre confiança?
Me sinto triste.
Sinto-me azul.

Me cedeste tua esperança em mim
Cedi lugar ao sentimento aonde achei tijolos
Cedi, e senti.
O meu afeto excessivo, transmutado em blues








A réplica do operário


A planta e a fachada, demasiado detalhadas.
Alicerces tortuosos,
Alicerces frágeis,
E uma muralha.


Por favor me entenda
Nada disso me é certo
Creio na solidez dos pilares
E na simplicidade do projeto
E além de tudo isso
Eu só quero uma cabana
Um cházinho de sumiço
E meu amigos por perto
.

domingo, 3 de outubro de 2010


"Silenciei e sorri.
Eu ri, e ri muito.
A rua disse o que eu calei,
Mas não tinha tecla sap
È o fluxo falando, é o transito.
Segui transitando.
Tem muita gente que não me entendeu.

Tem muita gente, e gente parada.
E tem paradas.
Mas eu volto, pra ser dicionário das palavras que vou escrever porque não disse.
As coisas tem tantos sentidos que faz-se um mapa pros perdidos.
A vida tem sido pra me encantar, 

Me encantar com a grama que piso,
E me surpreender com ar que eu respiro.
Todo dia."

domingo, 26 de setembro de 2010

"Quando os mortos se escondem dos vivos,
E os vivos do mortos,
Copos cheios, corpos vazios,
Por do sol, futebol, ócio criativo.
O tédio da tarde de domingo"

domingo, 12 de setembro de 2010

Silencieux



O silencio em que não estou vazia
Mas cheia de nada
Cheia de não saber o que mais vou despejar sem controle sobre a mente
Transbordando emoção, ilusão e fumaça deste pequeno recipiente
É informação demasiada.

O meu silencio é a gargalhada,
É a canção nostalgica desenterrada,
É o passeio melancólico de domingo,
É o retrato temperamental da estrada.

O meu silencio repetido,
É o abandono repentino do recinto
São solitárias sapatilhas farfalhando a grama,
E o impacto enigmático do sorriso.

sábado, 7 de agosto de 2010


Às vezes personalidades fortes desgastam relações.

Uma pedra roçando na outra abre um abismo entre as duas.

Eu só me canso disso como me canso do transito...

Me calço e transito, e não creio que me atrase retardando a partida,

Porque a pressa de ir não me traria nada.

Porque saltar do abismo, não me traria a vida,

Me trairia a vida.

E me calo deprimida do salto que não vou dar,

Porque esse trajeto eu não vou voar,

Poderia até pular.Mas cairia.

Quando você nasce, te cortam a ponte do penhasco,

Restam duas pedras, e o movimento da terra.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

"Não lhe contaria coisas

Fosse pra você pousar em vez de sonhar

Fosse pra você concluir em vez de pensar

Fosse pra guardar segredo da felicidade que convém doar

Fosse pra não roubar-lhe o sorriso



Conto-te coisas

Acima de tudo pra que sonhes

Acima de tudo pra que penses

Acima de tudo para que contes

E pra que sorrias,

Acima de tudo isso."

sábado, 17 de julho de 2010

Inércia Salutar.


Marcar encontro. Ir e desencontrar-nos. Procurar e achar. Encontrar de fato. O tocar, o sorrir, a primeira ironia em tempos. Caminhar despretensiosamente. Mentira. Sabemos perfeitamente que sondamos o local em busca de cada frame. Registrar. Tomar nota acerca do grau dos óculos alheios, tudo o que não foi visto importa. Rimo-nos de outrem. Tudo muda, nada muda. Permuta.

Comer. Comer. Apresentar e representar. Viajar. Palavras, palavras, cola, canetas, cores e muita sujeira. Comer, e sonhar com a fração sensível da dilatação temporal. Há um anseio comum aos nativos de onde somos. Mar e montanhas, montanhas e mar. Primeiro, o inusitado.

Que brigadeiro horrível! E que vista guarda o cemitério! Horas de contemplação. Viajar, cantar, chamar atenção, só pra variar. Sentir cansaço. Deleitarmo-nos com mais imagens, mais frames, mais filmes. Comer e sonhar. Ah! Os livros. Vozes intercaladas com muita água.

Deixar o mar nos engolir. Deixar o céu nos engolir. Sentar, ouvir-nos. Dizer besteiras, confissões e conclusões estranhas. Filosofar junto. E o pior. Entender-nos. Sentir o vento nos engolir, como o som do mar, como cada centímetro da poesia com que linha a linha enchemos o papel de cor desenhando.

Chocolate. Nozes. Expressos amargos. Nozes. Telefonema rápido. Telefonemas esquecidos. Mais filmes, mais comida, mais livros. Sonhar breve. Anestesiar. Saltar da cama.


Até logo.

domingo, 11 de julho de 2010



As ideias, convoco-as!
Estou reordenando as prioridades.
e todas as peças chave,
e todos os amigos e os lugares:
As memórias,
Revistas sejam e re-visadas!
Estão convocadas!

Faxina.
Backup.
Todos arquivos e pilares.

domingo, 4 de julho de 2010

"Nem tudo que sucede,
é sucessão
ou sucesso."

Uma grande parabólica.


Descontrolada atemporal
o tempo todo vê mensagens
o tempo todo vê respostas
Em permanentes viagens
O mundo lhe fala aos bruços e às costas.


Elo, espírito antigo,
Tua mãe te chama.
Omnia ama
Amo o amigo
Amo meu amo
amo omnia.
Semente faz árvore
E árvore faz semente
Transcende
E esquece.

Nasce.

"Camaleão,

Escorre, faz drama
Te revolves em tua trama
Devolvas luz
Grita a poesia
Tu receberás em troca energia
Faz ilusão
E te iludas
Vive de magia
E depois te mudas."

Alive.



Eu sento, eu curto, eu converso, eu escuto, eu mudo, eu descreio, eu escrevo, e creio no mundo.Cara, eu vivo.
É, eu tô viva.
Eu sonho, eu espero, eu quero, eu tento.
Eu invento moda e aumento pontos, eu conto histórias e vago desocupada. Geralmente não ligo, mas cara, eu vivo.
Simplesmente levo a vida e vivo. Leve.
Eu digo, eu penso, não sei se existo, reflito, eu crio, eu dou, eu desenho, eu pinto, eu escolho, e repito, eu vivo.
É, eu tô viva.
Eu ando, eu canto, eu pulo, eu tento dançar, eu falo muito,eu deito na grama, eu grito, eu amo meus amigos, eu giro, eu rio.Tá, eu fumo, mas eu tô viva.
É, eu vivo.


"Somos o que recebemos

As imagens, os adjetivos

Todas as lições e sorrisos

Todos os verbos e substantivos

Os esboços

As vidas

A existência e os destroços.

Amem-doar."

Polaroideando


Só queria mostrar o mundo ao mundo.



Literal e metaforicamente. Porque o mundo que eu vejo é lindo...Lindo. O percebo o tempo todo, e tento passar o que há. Queria fotografar quadro a quadro, cada passo, queria mostrar tudo o que eu vejo.Captar e espalhar.
Porque gostaria que o mundo se deleitasse consigo.
Na menor das minhas metáforas, que o mundo se enxergasse em todos os pontos, bons ruins e relativos. Belos.
Dizer ao mundo o quão lindo ele é.
Registrar a minha visão, minha memória, meu instante nem sempre vívido, mas sempre vivido e nunca perdido.
Polaroid.

sábado, 3 de julho de 2010

Seed make tree, tree make seed...


"A casca da arvore, calejada como meus membros,
Esconde no cerne, a vibração do tempo."


terça-feira, 29 de junho de 2010

A mecanica do contágio


Preocupado
pré ocupado
Você anda
Eu ando vendo, vendo tudo
tudo que passa e passatempo
Temporario

arquivo temporario
arquivo morto
mortalha
Veu e migalha
O segredo e os restos
estamos no meio
restamos inquietos
incertos desejos
e certos desejos internos.

O vírus se espalha
E corremos nus
Corremos livres
Como correm sempre
Todas crianças felizes

sexta-feira, 25 de junho de 2010


"Porque as cidades dormem e eu ando
As cidades andam e eu sonho
Simplesmente canto os encantos
E uns contos medonhos
Espantam meu sono"

Pique-esconde



As coisas passam
Eu não penso,
Pró-penso.
Estou propensa a pesar
Sustento a vida com sonhos,
Os sonhos sustento com vidas,
E vivo de suprir todos com o olhar.

As coisas passam, eu vejo
O tempo passa não vejo,
Não penso, não quero,
Estou propensa a pesar

Pró-penso em todos os sonhos
E deixo a vida passar.

"Eu vou pro sul
Descobrir o que é o sol
Depois cobrir o sol com sal
Deixar escuro todo o céu
E já que é frio lá no sul
Iluminar todo esse azul
Usando luzes de natal."

Mãos de tesoura



Depois de muito confabular eu finalmente entendi o produzir fumaça. Ou pelo menos acredito ter entendido, e por conseqüência também compreendo porque me apego tanto à isso. Porque é idiotice, e eu já percebi isso faz tempo (desde antes de começar a produzir fumaça).
Mas acontece que fumar, me aproxima ainda mais da sensação de observar o mundo, ver a vida passar. Como se eu visse um filme, como se tudo que acontecesse ali fosse alheio a minha presença, como se eu sumisse mesmo com a fumaça, fosse um fantasma, ou algo do gênero.
A janela sempre foi um refúgio, um vício, uma maneira de ver o lugar a que não pertenço, viver de certa maneira um pedaço daquilo. E sempre foi a porta pro lugar que me espera, além do meu conhecimento, aquele que talvez eu encontre, e vou sempre buscar.
Tenho medo de cruzar a porta, o mundo é cansativo, surpreendente, mas assustador. Então eu corro, eu fumo. E vejo tudo aquilo como se eu visse pela janela. É um contemplar que eu simplesmente não sei explicar. É um filosofar em cima de algo que me faria tropeçar. Mas na janela, eu não tropeço.
Porque o mundo além fumaça, é um recorte
"Distraídos venceremos,
Distraidos esqueceremos,
Distraídos passaremos o tempo
E viveremos verdadeiramente a vida
Sem pré requisitos."

terça-feira, 22 de junho de 2010

Pendurada nas cortinas



É muita ironia eu ser assim tão teatral. Toda drama. Dramaqueen.

No fundo deve ser uma defesa. Assim mesmo, mas funciona mais como doença auto-imune.

É. Nesse esquema.

Eu que toda tímida, tento passar invisível não consigo. Sou exagerada, estranha e escancarada. Autentica. Não que queira ser idêntica, mas não quero chamar atenção de ninguém com isso. É o diferente, é o incompreendido que chama atenção.E a incompreensão esta bem longe do meu objetivo.

Eu só queria que não houvesse falhas de comunicação.

Tudo vira pó. Pois todo o ilusionismo causa impressões diferentes. Eu nunca vou ser o que eu sou, porque as pessoas amam quem eles vêem, que não sou eu, é ela. E eu os amo como vejo, que talvez nem seja eles. Eu não sei.

É muita ironia eu ser desse jeito.Logo eu que não minto, estimulo esse medo, pelo meu exagero. Que é tão natural aliás, que eu nem percebo.

Eu sou uma criança, e realmente gargalho com um livro, sorrio com um doce, deliro com um filme. Sou um serzinho que salta de felicidade por vislumbrar um amigo.

Sou uma criança, uma eterna criança, que nunca passou da idade dos bonequinhos, dos animaizinhos, do correr na rua e fazer voz esganiçada pra imitar os outros.

Sou uma criança e uma criança de saudades.

Estou rosa, azul, verde, e vermelho mesmo. Eu não sou de plástico.

sábado, 19 de junho de 2010

O grito e a sinfonia do silencio



Ouço gritos, e eles me perturbam.
Sou eu de novo.Sempre que me despeço de você eu fico puta. Porque não é epifania, e não é coincidência.
Eu simplesmente lhe deixo passar. Como ela passou. A praga da covardia é mais forte que eu.
Sempre que te deixo eu me arrependo e sinto uma raiva, de tudo o que eu não disse, de tudo que não fiz, de tudo que eu queria e devia ter feito.
Me explica o medo?Enquanto isso eu arranho e embaço os vidros dos meus olhos com meus gritos e choro engolidos.
Me arrisco a planejar respostas pros teus atos, mas nem isso consigo. As palavras morrem na minha garganta, porque o meu fracasso é prévio na minha ação.
Eu tenho sim o que perder. Mas qual é a lógica de calar, se muda eu torno a possibilidade um fato?
Arrependimento de não ter feito.
Pelo menos sei que posso escrever o que não consigo falar. Mesmo que ninguém entenda o que pretendi.Que você não entenda de novo.
Mas vou ser clara, e direta.
Eu te amo.

Ícaro


"Só o sol e o voo
Quando cair, a liberdade
Porque a queda é livre"


E sem compreender o que significa
O meu mundo em palavras
Ou sem me importar com que entendo
Encararei as conseqüências.

Simplesmente mar e ar
Meu corpo inteiro se entrega
ao movimento lunar.
Nada importa, mas o sol

Não há certo momento,
Nunca entendi o tempo.

Esquento a chaleira.
Pras minhas possibilidades.Todas existem.
Que eu quero evaporar.
Que eu quero voar.
Eu tiro a tampa.
Os residuos são sólidos.
Porque vou desprender.
E evaporar.
Porque eu quero evaporar.
Eu quero voar.E voar

Tocar o sol
Porque eu sou Ícaro calado,
Eu sou Ícaro alado,
Eu sou Ícaro.

Passagem


Talvez de nuvem possa desfazer-me em água
E em sua volatilidade
Desmanchar ao vento em trilha suave

Talvez aceite o que muda
Integral e lentamente
Se o tempo intransitivo é(ou não..)

A questão é;
Caso a paciência me permita
A nuvem passar rente à montanha
Coisa momentânea
Esperar mudando, esperar mudanças
Sublimar

Em carne (in)quieta




Já estive na barriga da minha mãe.
Outras barrigas em que nunca estive também me deram vida.
Já tive outras mães, estive em outras casas e vivi outras vidas.
Já estive em outras dimensões.
Já conheci essas e outras pessoas.
Já abracei a liberdade, já fiz muita bruxaria, e plantei sementes boas.
Já conversei com minha sombra, já senti calor.
Já senti frio, já senti calafrios, já senti dor.
Entre tantas outras ondas.

O que me alivia a inquietação é o céu.
E me alivia a lua. E o sol e o som.
O som do mar.



Os meus joelhos tremem e meus sinais vitais reagem com repulsa ao caminho familiar da faculdade.A grama brilha, o céu está límpido e a luz descarrega todas as possíveis boas energias. Mas tem algo sobre meus ombros.
Meus joelhos tremem.Sinto culpa por ser franca e fraca.
Eu sempre deixo os vocês irem.
E os vocês vão descrendo de mim.

A história do mundo é cíclica e a minha não é diferente.
Penso em dar guinadas, pois contornar não é suficiente, estou cansada de fazer isso.
Mas no fundo, sempre volto a sentir que meu lugar não é aqui.
E eu preciso ir embora.
O desejo é egoísta. Mas eu não consigo não ser justa, fraca e franca.
Não sei onde ir.
Só sei que vou, e solitária.Isso dói.

Caminho. E as cores passam, pois já ultrapassei minha própria percepção.
Me sento mirando a paisagem vespertina, e já tem alguem lá que puxa conversa. Eu rio.
E recaio no fracasso, no cigarro e na minha própria desconsideração.
Acendo um cigarro, ele queima sosinho já que tudo volta a fazer sentido. Tá tudo errado, e eu me sento no maço, pois da solidão que sinto, ele não faz diferença alguma.

domingo, 9 de maio de 2010

Os outros.



Sem o você, eu é nada. Nihil.

Pensar em mim e não nos outros?Como?
Se sou ninguém senão o amor que sinto pelo outro?
Não sei e nem quero saber de tais(im)possibilidades. Não existe um eu que seja um lago sem que fontes o alimentem.
Sou, senão um ser de saudade e vazio, nada.
Senão o consolo, o conforto.Senão a mão que segura o corpo que cai, mesmo em queda tão livre quanto ele.
Se não o seu tédio se afogando no meu riso escandaloso.
Sem o outro não sou rio caudaloso.
Nihil, eu sou nada.