sábado, 17 de julho de 2010

Inércia Salutar.


Marcar encontro. Ir e desencontrar-nos. Procurar e achar. Encontrar de fato. O tocar, o sorrir, a primeira ironia em tempos. Caminhar despretensiosamente. Mentira. Sabemos perfeitamente que sondamos o local em busca de cada frame. Registrar. Tomar nota acerca do grau dos óculos alheios, tudo o que não foi visto importa. Rimo-nos de outrem. Tudo muda, nada muda. Permuta.

Comer. Comer. Apresentar e representar. Viajar. Palavras, palavras, cola, canetas, cores e muita sujeira. Comer, e sonhar com a fração sensível da dilatação temporal. Há um anseio comum aos nativos de onde somos. Mar e montanhas, montanhas e mar. Primeiro, o inusitado.

Que brigadeiro horrível! E que vista guarda o cemitério! Horas de contemplação. Viajar, cantar, chamar atenção, só pra variar. Sentir cansaço. Deleitarmo-nos com mais imagens, mais frames, mais filmes. Comer e sonhar. Ah! Os livros. Vozes intercaladas com muita água.

Deixar o mar nos engolir. Deixar o céu nos engolir. Sentar, ouvir-nos. Dizer besteiras, confissões e conclusões estranhas. Filosofar junto. E o pior. Entender-nos. Sentir o vento nos engolir, como o som do mar, como cada centímetro da poesia com que linha a linha enchemos o papel de cor desenhando.

Chocolate. Nozes. Expressos amargos. Nozes. Telefonema rápido. Telefonemas esquecidos. Mais filmes, mais comida, mais livros. Sonhar breve. Anestesiar. Saltar da cama.


Até logo.

2 comentários:

  1. Quantas sensações despretensiosas que fazem parecer uma eternidade o breve encontro. A memória seleciona, o ambiente engole. Só duas moças belas tentando encontrar a beleza das montanhas, ironia encontrá-las na cidade dos mortos.
    Um prazer estar junto de ti, querida. Pelo jeito seu diário eletrônico rende muito mais que o meu!
    Ainda estou na casa da vovó. Segunda mamãe vem buscar,temos que marcar de quando vamos para a roça!

    Bjs,
    Loren

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  2. Um encontro inesperado, uma surpresa com o olhar. Palavras secas, quase sem emoção. Não não sejamos amigos, mas vítimas da intimidade:
    _Nem vai me dar um abraço?
    As leves palmadas nas costas marcam o tempo do constrangimento não mútuo. Um não se importa em demonstrar suas emoções, enquanto outro esconde de todos aquilo que pixa nos muros da cidade.
    Melhores amigos. Reconhecem o significado de cada olhar. Um não gosta de falar por explícito, enquanto outro prefere falar em palavras rasas, ainda quando seja totalmente desnecessário.
    Alternando os "quem"s, deixo aqui para ti, essa curta prosa. E aguardo em breve, o nosso reencontro.

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