sexta-feira, 25 de junho de 2010

Mãos de tesoura



Depois de muito confabular eu finalmente entendi o produzir fumaça. Ou pelo menos acredito ter entendido, e por conseqüência também compreendo porque me apego tanto à isso. Porque é idiotice, e eu já percebi isso faz tempo (desde antes de começar a produzir fumaça).
Mas acontece que fumar, me aproxima ainda mais da sensação de observar o mundo, ver a vida passar. Como se eu visse um filme, como se tudo que acontecesse ali fosse alheio a minha presença, como se eu sumisse mesmo com a fumaça, fosse um fantasma, ou algo do gênero.
A janela sempre foi um refúgio, um vício, uma maneira de ver o lugar a que não pertenço, viver de certa maneira um pedaço daquilo. E sempre foi a porta pro lugar que me espera, além do meu conhecimento, aquele que talvez eu encontre, e vou sempre buscar.
Tenho medo de cruzar a porta, o mundo é cansativo, surpreendente, mas assustador. Então eu corro, eu fumo. E vejo tudo aquilo como se eu visse pela janela. É um contemplar que eu simplesmente não sei explicar. É um filosofar em cima de algo que me faria tropeçar. Mas na janela, eu não tropeço.
Porque o mundo além fumaça, é um recorte

Nenhum comentário:

Postar um comentário